terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

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E eu não pensei no que poderia acontecer. Eu só queria me arriscar em mais uma chance que eu tive, mas talvez tenha sido um erro e mesmo sabendo que poderia dar errado eu me arrisquei e tentei mais uma vez.

(Erison Santiago)




domingo, 10 de fevereiro de 2013

O Milagre Do Amor

Estar numa festa cheia de gente e se sentir só... Sair com os amigos para se divertir, mas ter a sensação de que falta alguma coisa para tudo ficar bem.... O que será isso? Chatice, carência, auto piedade, solidão? Ou será a falta que nos faz uma pessoa, ainda desconhecida, perdida na multidão?


 O Amor Por Entre O Verde 

    Não é sem frequência que, à tarde, chegando à janela, eu vejo um casalzinho de brotos que vem namorar sobre a pequenina ponte de balaustrada branca que há no parque. Ela é uma menina de uns treze anos, o corpo elástico metido nuns blue jeans e num suéter folgadão, os cabelos puxados para trás num rabinho de cavalo que está sempre a balançar para todos os lados; ele, um garoto de no máximo, dezesseis, esguio, com pastas de cabelo a lhe tombar sobre a testa e um ar de quem descobriu a fórmula da vida. Uma coisa eu lhes asseguro: eles são lindos, e ficam montados, um em frente ao outro, no corrimão da colunata, os joelhos a se tocarem, os rostos a se buscarem a todo momento para pequenos segredos, pequenos carinhos, pequenos beijos. São, na sua extrema juventude, a coisa mais antiga que há no parque, incluindo velhas árvores que por ali espapaçam sua verde sombra; e as momices e brincadeiras que se fazem dariam para escrever todo um tratado sobre a arqueologia do amor, pois têm uma tal ancestralidade que nunca se há se saber a quantos milênios remontam.
   Eu os observo por um minuto apenas para não perturbar-lhes os jogos de mão e misteriosos brinquedos mímicos com que se entretêm, pois suspeito de que sabem de tudo o que se passa à sua volta. Ás vezes, para descansar da posição, encaixam-se os pescoços e repousam os rostos um sobre o outro, como dois cavalinhos carinhosos, e eu vejo então os olhos da menina percorrerem vagarosamente as coisas em torno,numa aceitação dos homens, das coisas e da natureza, enquanto os do rapaz mantêm-se fixos, como a perscrutar desígnios. Depois voltam à posição inicial e se olham nos olhos, e ela afasta com a mão os cabelos de sobre a fronte do namorado, para vê-lo melhor e sente-se que eles se amam e dão suspiros de cortar o coração. De repente o menino parte para uma brutalidade qualquer, torce-lhe o pulso até ela dizer-lhe o que ele quer ouvir, e ela agarra-o pelos cabelos, e termina isso tudo, quando não há passantes, num longo e meticuloso beijo. {...}

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Amanhã




Amanhã será um dia de mudanças necessárias, cansei disso tudo. Amanhã não chorarei a noite, pensando no que poderia ter feito, amanhã não pensarei em quanto tempo ainda me resta, não vou mais ter medo nem tentarei disfarçar o que sinto, tomarei novas atitudes, pelo menos se no final tudo der errado, poderei dizer a mim mesma que tentei. Eu realmente tentei. Não quero me arrepender de ter visto tudo desmoronar sentada sem fazer nada, minhas chances estão se esgotando e eu cansei de sofrer calada, cansei de te ver todo dia e não poder te dizer o que você significa para mim, cansei de estar sempre do seu lado e não ser notada e de ouvir você falar de outras garotas para mim, afinal somos amigos! Eu estou exausta. E será minha ultima tentativa, eu espero. Depois de todas as oportunidades de falar que eu não falei, todos os momentos que eu poderia ter dito tudo, eu adiei por medo do que me esperava, e pensava que sem uma resposta estaria melhor do que com um "não" definitivo, mas a verdade é que o silêncio tem me matado aos poucos, muito mais doloroso do que eu esperava. Amanhã mudarei as coisas, não sei se para melhor ou para pior, mas com certeza de que eu fiz minha parte.

(Amanda Kelly)